sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Fazendo o Debate...

A partir do texto postado anteriormente levantei alguns questionamentos ao Prof Rudá Ricci - o autor do texto -, que me trouxe resposta interessante e que nos guia ao bom debate. Posto meus questionamento e sua resposta retirada do seu blog!

"Olá prof. Rudá,
O MST está se isolando, e se está ele faz bem em se isolar? Quais são os mecanismos e percursos que demonstram este isolacionismo?

Os espaços construído ao longo dos anos no Estado, mas, principalmente, no governo Lula, não deveriam ser ocupados? Mas pensando para além do Estado, qual seria o papel dos movimentos sociais quando sua pauta coaduna com a pauta da governo?

O que significaria o fim da era dos movimentos sociais? Existe espaço ideal para sua ação? Qual seria esta arena?

Agradecido pelo texto!
abraços professor!"

a resposta do Professor:

"Agradeço os dois comentários e tento responder em conjunto:
a) o papel das ongs, neste momento, é de construir uma rede de formação para o controle social;
b) a sociedade civil deve ocupar os espaços do Estado, mas com o objetivo de reformatá-lo, à luz de seu ideário de transparência e controle social. O que vemos é uma mera ocupação de espaço a partir da lógica de Estado burocrático, de tradição lusitana (personalismo + especialização temática), sem foco no ser humano, mas nas rotinas específicas. Lembremos: a experiência da sociedade civil é de rede, não de hierarquias funcionais;
c)o MST não está se isolando porque quer. Mas é fato que se isola porque as outras forças perderam a combatividade e a inovação;
d) o isolamento é demonstrado pela ofensiva da esquerda, do governo Lula e até jornalistas de esquerda (ver algumas notas neste meu blog);
e) a pauta dos movimentos sociais deveria ser a da reforma democrática do Estado. Por exemplo: fim do Senado (instalação da estrutura unicameral); implantação da lei de responsabilidade social e responsabilização de governantes que não melhorarem indicadores sociais; voto distrital misto e implantação do recall; instalação de conselhos de direitos no interior do parlamento; oficialização e exigência do orçamento participativo em todo ciclo orçamentário público; criação de ampla rede de escolas da cidadania para formação técnica de gestores sociais; implantação de observatórios sociais (como o existente em Maringá); implantação da educação fiscal em toda rede de ensino público; implantação de gestão participativa em rede; adoção de mecanismos de controle sobre a execução orçamentária com participação da sociedade civil.
São algumas possibilidades."

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